Caso Clínico: OSTEOPATIA E SINTOMAS OTONEUROLÓGICOS
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É grande o numero de pacientes que apresentam sintomas otoneurológicos, seja de tontura, vertigem ou zumbido de ouvido. Geralmente esse tipo de sintoma acomete pessoas com idade avançada, oque é normal considerando a fisiologia do envelhecimento e os sistemas que quando em déficit são os causadores desses males.

Para a avaliação e tratamento de pacientes vertiginosos ou com zumbido, a reabilitação vestibular é essencial, quando o diagnóstico com esse método é feito de maneira correta, a conduta apresenta bons resultados em um curto espaço de tempo dependendo da disfunção presente no paciente.

Mas e se o paciente apresenta todos os sintomas mas não possui uma causa de origem vestibular? Oque fazer? Avaliar o todo!

Considerando a anatomia e a fisiologia dos sistemas responsáveis pelo equilíbrio e audição, não podemos descartar que problemas de origem metabólica, mecânica, neural e vascular possam influenciar no funcionamento do sistema otoneurológico. Sendo assim, um paciente que apresenta sintomas e não possui disfunções específicas geralmente encontradas nessa população, deve ser avaliado de maneira global, desde a anamnese, até os testes ostepáticos específicos e ausculta, que irá dar o caminho para o tratamento.

CASO CLÍNICO

Paciente mulher, 30 anos, buscou o atendimento osteopático com queixas de tontura e zumbido nos ouvidos, mais acentuado à direita.

Durante a anamnese paciente afirmou ter realizado tratamento ortodôntico anos atrás e recentemente fez uso de placa de acrílico para controle do bruxismo. Atualmente não utiliza a placa, pois percebeu não estar rangendo muito os dentes à noite, e quando utilizava a placa, sentia piora dos sintomas. Relatou também que os períodos de crise coincidem com conflitos emocionais.

Durante a avaliação foram percebidas alterações na mobilidade da caixa torácica nos níveis de T5 a T9 e respectivas costelas, disfunção hepática, na coluna cervical principalmente na transição OAA, e a nível craniano, onde foram encontradas disfunções de esfenoide, temporal, frontal, ossos da face e disfunção artrocinemática dos côndilos mandibulares.

Quando questionada sobre a presença de sinusite a mesma relatou que desde a infância possui os sintomas da mesma.

TRATAMENTO:

  • Primeiramente foi trabalhado o sistema visceral na região do hipocôndrio direito (fígado, vesícula, flexura hepática);
  • Técnicas manipulativas da caixa torácica;
  • Região cervical (fáscias cervicais, vértebras da cervical baixa e técnicas para melhora da mobilidade de OAA, músculos suboccipitais);
  • Técnicas cranianas para SEB, temporal, tenda cerebelar, frontal e mandíbula;
  • CV4

 

Após uma semana, paciente retorna relatando melhora da intensidade do zumbido e desaparecimento da tontura, melhora da tensão que sentia na cervical e diminuição da tensão mandibular.

A conduta foi mudada e as técnicas utilizadas foram focadas na região craniana e de boca, tratando as respectivas lesões que haviam sido encontradas.

Em novo retorno paciente relatou que a melhora de seu quadro se manteve, apresentando apenas um episodio de tontura após a ingestão de doces em excesso, a conduta foi mantida com tratamento visceral e craniano tendo uma boa resposta pós-atendimento.

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