LABIRINTITES, DESEQUILÍBRIO E TONTURAS, MITOS E VERDADES
tontura

Quem nunca ouviu falar que quanto uma pessoa tem tontura ela está com labirintite? O termo se popularizou e não existem registros claros da razão sobre isso, entretanto é fácil notar que é repetido frequentemente por pacientes e até mesmo por profissionais de saúde de todas as áreas. Neste caso, a única certeza, é que na grande maioria das vezes a nomenclatura está sendo usada de forma errada.

Classificar como labirintite qualquer caso de tontura ou vertigem é tão errado quanto chamar artrose qualquer dor articular, ou de conjuntivite qualquer caso de alteração ocular, para dar exemplos claros.

A principal área de estudos destes sintomas é otoneurologia e pode ser praticada por profissionais de diferentes áreas da saúde, desde que cada um deles permaneça focado em suas competências e prerrogativas de atuação profissional. Vestibulopatias ou labirintopatias seriam nomes mais apropriados para descrever de forma genérica, doenças ou condições clínicas que provoquem interferências funcionais no ouvido médio, assim levando aos sintomas de tonturas ou vertigens.

Para reforçar a importância em definir corretamente estes termos e competências, vale lembrar que as quedas em idosos são causa direta ou indireta de mortalidade, morbidade e comorbidade em idosos no mundo todo, portanto este é um tema que pode ser considerado um grande problema de saúde pública, mas ainda precisa de muito investimento e informação, para que se possa oferecer melhores cuidados e acesso a população em geral.

Outro grande mito nestes casos é pensar que tonturas e vertigens são tratadas exclusivamente com uso de remédios. Em muitos destes casos a medicação é apenas um paliativo e pouco impacto tem na real causa ou origem dos sintomas, por exemplo a vertigem posicional paroxística benigna, a VPPB, tem os melhores resultados quanto tratada com manobras de reposição canalítica. Prescrição de exercícios de convergência ocular, de controle cervical, de coordenação e equilíbrio também são opções necessárias em muitos dos casos.

Uma grade parte das estratégias de tratamentos descritos aqui são amparados por normas e diretrizes científicas internacionais, além disso o diagnóstico preciso do tipo de disfunção presente em cada paciente na maioria dos casos não necessita de exames complementares de alta complexidade e pode ser realizado através de testes funcionais simples, somado a um profissional bem preparado para fazer uma correta interpretação.

Para quem já trabalha na área ficam duas dicas valiosas, a primeira é a necessidade de uma capacitação técnica diferenciada, para um melhor entendimento de cada caso e paciente, outra dica é o número de possibilidade de pacientes que poderiam ser beneficiados por este tipo de abordagem e por falta de informação ainda não encontraram um caminho para sua recuperação.

Nem sempre as grandes oportunidades de um trabalho diferenciado estão escondidas atrás de sintomas e casos nebulosos, ou desconhecidos. Se persistirem os sintomas procure OUTRO profissional.

Ft. MSc. DSc. Prof. Bruno Moreno (D.O.)
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