Lesão muscular no esporte de alto rendimento e no atleta amador
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Lesão muscular é uma das mais prevalentes no esporte de forma geral. É praticamente inevitável, que em algum momento na vida de um fisioterapeuta, ele não seja abordado por um paciente, amigo ou familiar sobre algo relacionado a este tipo de intercorrência clínica, seja ela relacionada ao esporte profissional ou amador.

Este tipo de lesão ainda é um grande desafio no esporte. Dados da UEFA mostram que 80% das lesões no futebol mundial estão relacionadas às condições musculares, representado cerca de 34% do tempo que um atleta ficou afastado dos seus treinamentos normais, provocando um impacto financeiro gigantesco em grandes clubes de todo o mundo.

Por este e outros fatores, o fisioterapeuta cada vez mais é um grande protagonista no departamento médico esportivo, valorizando ainda mais o trabalho e conhecimento nesta área.

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Mesmo com todos os cuidados e avanços tecnológicos no controle de função, ação e avaliação de atletas, podemos observar hoje que a prevalência de lesões musculares não diminuiu ao longo do tempo. Vários fatores podem ser responsáveis por isso, mas a exigência no esporte de alto nível parece ser um dos principais responsáveis pelos índices presentes e persistentes na vida de atletas.

Entre os principais modelos que tentam explicar as causas das lesões destacam-se os reducionistas, que tentam condicionar as lesões a um ou dois fatores de risco, e os relacionados à complexidade, que propõe uma visão do indivíduo sob de uma ótica mais ampla, observando histórias e individualidade biológica. Devido a dificuldade do modelo reducionista explicar com consistência a história de um departamento médico do clube esportivo o modelo, a complexidade parece ser o mais razoável para o pensamento e ação de um fisioterapeuta do esporte. 

Considerando, que não existe fórmula mágica para determinar tratamento de lesões musculares, o diagnóstico correto do tipo de lesão, tornam-se fundamentais para classificar conduta e tempo de retorno dos atletas. Por exemplo, de acordo com uma publicação do British Journal of Sports Medicine¹, lesões de estiramento tem menor sintomatologia clínica nos pacientes, mas com maior tempo de cicatrização, por outro lado as lesões de sprint tem comportamento contrário 

Em relação aos exames de imagem, apesar de sua importância no diagnóstico, sua decisão no prognóstico ainda é questionável, ou discutível. Sobre o tratamento existem vários protocolos que podem ser aplicados nos pacientes, mas atualmente é consenso dentro de qualquer programa, que a movimentação precoce, tratamento por exercícios e progressão de carga são imprescindíveis para a melhor evolução dos pacientes. 

Para os melhores resultados valorize a classificação das lesões, a modalidade esportiva praticada, o condicionamento dos pacientes e as possibilidades de capacidade de evolução ao longo do tempo. Trabalhe cada gesto de movimento valorizando todas as etapas e preparações para a maior proteção das estruturas. As exposições ao mecanismo de trauma devem acontecer de forma progressiva, fracionada e evoluírem até o estresse mais próximo das situações reais da prática esportiva.

Na persistência dos sintomas, consulte um bom fisioterapeuta para ajudá-lo a qualquer momento da sua reabilitação.

¹ http://dx.doi.org/10.1136/bjsports-2015-094657

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