Sintomas como dor de cabeça e dor no pescoço são comuns a uma série de patologias e até em pessoas saudáveis, quando sobrecarregadas por um esforço físico exagerado ou por estresse. Entretanto, quando estes sintomas estão associados a dores nos músculos da mandíbula, hábito de apertar ou ranger os dentes, estalidos e/ou desvios articulares ao abrir a boca, ou apenas uma parte deles é sinal que o problema pode ser mais complexo que o imaginado.
Disfunções temporomantibulares (DTM) é o nome dado a um conjunto de sinais e sintomas, relacionados a fatores que interferem na função da articulação da mandíbula (ATM). Essa articulação é bastante complexa do ponto de vista anatômico, pois funciona com uma mecânica diferenciada devido às necessidades impostas em larga escala no dia a dia, como a fala e a alimentação, por exemplo.
Tanto o diagnóstico, quanto definir a causa das DTMs é algo bastante complexo, pois tem relação com fatores anatômicos, como a oclusão dos dentes, fatores emocionais, como estresse e fatores musculoneuroarticulares, reconhecidos atualmente como os mais importantes para justificar a diversidade dos sintomas e limitações dos pacientes.
O movimento da mandíbula sofre forte influência da postura da cabeça, que é modificada em qualquer tipo de adaptação corporal. Sobre os aspectos neurológicos a ATM tem relações importantes com nervos cranianos e cervicais, portanto, do ponto de vista funcional, está envolvida com centenas de outras funções do organismo, que vão desde a capacidade de movimentação dos olhos, até o tipo de pisada ou de apoio sobre os pés.
Outro ponto a ser considerado nestes casos é que muitos dos pacientes com DTM, sofrem também com dor crônica, isso é, além dos problemas inerentes às disfunções da articulação da ATM estes pacientes também tem uma espécie de “falha” no processamento da dor. Pacientes com dor crônica tendem a perceber a dor com maior intensidade e frequência que uma pessoa comum, portanto tem mais limitações físicas, emocionais e sociais em decorrência disso.
Hoje é impossível imaginar uma abordagem terapêutica em DTM de forma simplista, ou segmentada a apenas um aspecto de sua complexidade. O profissional de saúde, seja ele quem for, deve conhecer profundamente anatomia, fisiologia, estruturas associadas e ter conhecimento da infinidade de literatura científica que corrobora com os conceitos citados neste artigo.
Resumir um tratamento a uso de aparelhos, placas ou a recursos térmicos pode limitar a perspectiva de melhora ou de cura de um paciente, portanto ao persistirem os sintomas chame um profissional devidamente habilitado.
Ft. MSc. DSc. Prof. Bruno Moreno (D.O.)
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