Reabilitação esportiva é o conjunto de ações necessárias para aproximar os atletas de sua melhor capacidade de performance, ou facilitar qualquer tipo de processo de recuperação física e mental.
Este tipo de trabalho não é prerrogativa exclusiva de um profissional específico e as estratégias de atuação nessa área dependem de um perfeito alinhamento entre as necessidades dos clubes, das equipes e dos atletas. Diversos profissionais podem atuar neste tipo de segmento, mas vale lembrar que existem diferenças importantes no planejamento e objetivos de trabalho, quando comparamos o esporte profissional ao amador.
O fisioterapeuta tem papel de destaque nas delegações esportivas profissionais, pois compete a ele boa parte do planejamento dos programas de prevenção de lesões, treinos regenerativos e a reabilitação física através exercícios, recursos físicos e manuais. O osteopata é visto como uma figura cada vez mais importante e presente, contribuindo principalmente para as etapas ligadas ao tratamento e reabilitação.
Afinal, quais as diferenças mais importantes no trabalho de cada um?
Para ilustrar isso, vale lembrar como funcionam atendimentos a atletas em jogos oficiais de tênis. Nesse caso, o terapeuta tem apenas 1 minuto para fazer o diagnóstico através de uma entrevista e 3 minutos para realizar alguma forma de tratamento. Para aumentar as chances de sucesso e conforto do tenista, neste curto espaço de tempo é necessário um profissional com uma boa habilidade em fazer diagnostico funcional, para que possa atuar com técnicas rápidas, com ação mais resolutiva. É exatamente esta a maior virtude do osteopata.
A osteopatia tem boa capacidade diagnóstica e alta performance resolutiva sobre sintomas, porque utiliza de informações sobre qualquer sistema para encontrar os principais aspectos da disfunção, além disso este processo deixa o osteopata mais próximo da sua causa de origem, tornando seu tratamento mais específico, certeiro e pontual.
Em relação a forma de aplicação das técnicas, a atuação esportiva não segue as mesmas diretrizes dos tratamentos mais clássicos. Atletas de alto rendimento são pessoas que tem seu potencial físico praticamente no limite da sua capacidade corporal, portanto as técnicas aplicadas devem produzir o máximo de efeito mecânico sobre as disfunções, com o mínimo risco de efeitos sistêmicos indesejados, para que isso não tenha interferência em desempenho.
Detalhes simples são importantes nestes casos. Ao trabalhar com esportistas técnicas de manipulação devem ser feitas utilizando mais velocidade, que a massa (peso ou força), assim a energia depositada em um determinado segmento poderá ser a mesma, mas com o mínimo de estresse ou sobrecarga local.
Fisioterapeutas também sabem trabalhar com técnicas manuais, mas suas habilidades ou capacidades de diagnóstico sistêmico são inferiores aos osteopatas. Por outro lado, o fisioterapeuta tem profunda competência e domínio sobre as aplicações de exercícios e prescrição e recursos físicos no tratamento, prevenção ou recuperação dos atletas.
Não se trata de estabelecer ordem de importância, mas apenas de entender onde cada peça funciona melhor, pois nesse caso quem ganha é o atleta, o clube e seus torcedores.
Leitura sugerida: OSTEOPATIA NO ESPORTE DE ALTO NÍVEL
(https://bit.ly/LivroOsteonoEsporte)
Prof. Dr. Bruno Moreno
Fisioterapeuta e Osteopata D.O.