Osteopatia: uma especialidade da Fisioterapia para tratamento das disfunções temporomandibulares (DTM)
2

Confira a matéria que saiu no site “Terra”!

Segundo a Academia Americana de Dor Orofacial, a Disfunção Temporomandibular (DTM) é definida como um conjunto de distúrbios que envolvem os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas. Os sinais e sintomas mais frequentemente relatados pelos pacientes são: dores na face, ATM e/ou músculos mastigatórios, sensibilidade muscular e à palpação, limitação e/ou incoordenação de movimentos mandibulares e ruídos articulares, dores na cabeça e no ouvido, manifestações otológicas como zumbido, plenitude auricular e vertigem (Leuw R, 2010).

A etiologia da DTM é multifatorial, pois envolvem uma série de fatores, desde funcionais, estruturais e psicológicos relacionados (Epker J et al, 2000; Sena MF et al, 2013). Entre os fatores físicos, podem ser encontrados problemas inflamatórios articulares (Osteoartrite), sinovite secundária traumática, infecção e também pode estar associada à disfunção intra-articular do disco, com ou sem redução (Graff-Radford SB, 2007).
As DTM constituem um importante problema de saúde pública, pois são uma das principais fontes de dor orofacial crônica não-odontogênica (Zakrzewska JM et al, 2015).

Sua prevalência foi relatada entre 3,7% e 12% e é três a cinco vezes mais frequente em mulheres (Magnusson T, 2000), com impacto significativo nos fatores físicos e psicossociais (Conti PC et al, 2012). Contribui também para uma alta proporção de custos socioeconômicos, geralmente associados a comorbidades, como depressão e outros fatores psicológicos (medo, ansiedade, estresse). Em um estudo recente no Brasil concluiu-se que a prevalência de sinais e sintomas tem um índice 37,5% da população que apresenta ao menos um sintoma (Gonçalves DA et al, 2009).

Até o momento, as evidências apoiam o uso de abordagens de tratamento conservador e reversível para o tratamento, muitas sendo necessária uma abordagem multidisciplinar (Fisioterapeuta, dentista, nutricionista, buco-maxilo). A fisioterapia está entre os 10 tratamentos mais comumente usados (Medlicott MS et al, 2006), tendo como objetivos da intervenção fisioterapêutica: diminuir a dor, possibilitar o relaxamento muscular, reduzir a hiperatividade muscular, restabelecer a função muscular, a mobilidade articular e a funcionalidade global (Kogawa EM et al, 2005). Desta forma é possível proporcionar o gerenciamento do autocuidado em um ambiente e criar a responsabilidade do paciente por sua própria saúde.

Dentro da fisioterapia, a Osteopatia se destaca como uma especialidade e um sistema de cuidados com a saúde. Ela reconhece as capacidades inerentes de autorregulação do corpo e utiliza de métodos de diagnóstico e tratamento específicos, desenvolvidos para possibilitar uma avaliação minuciosa da singularidade do paciente e as relações de interdependência dos sistemas complexos. Como tratamento o Fisioterapeuta especialista em osteopatia utiliza da terapia manual (mobilização articular, manipulação ou tratamento dos tecidos moles, neurais, viscerais e craniofaciais) e exercícios terapêuticos (Miler J et al, 2010). A terapia manual tem sido usada para restaurar a ADM (amplitude de movimento) normal, reduzir a isquemia local, estimular a propriocepção, romper aderências fibrosas, estimular a produção de líquido sinovial e reduzir os sintomas dolorosos. Essas técnicas podem desencadear mecanismos neurofisiológicos responsáveis pelo alívio da dor e redução da atividade muscular (Vigotsky AD et al, 2015).

Vários estudos foram realizados em relação à terapia manual e intervenções de exercícios para DTM e a maioria destacou os efeitos positivos na melhora dos sintomas e a função dos pacientes (Brantingham JW et al, 2013).

1. Alfonso Gil-Martínez, Alba Paris-Alemany, Ibai López-de-Uralde-Villanueva, Roy La Touche – Management of pain in patients with temporomandibular disorder (TMD): challenges and solutions – Journal of Pain Research 2018:11 571-587.

2. Simone Vieira Carrara, Paulo César Rodrigues Conti, Juliana Stuginski Barbosa – Termo do 1º Consenso em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial – Dental Press J Orthod , 2010 May-June;15(3):114-20.

3. Susan Armijo-Olivo, Laurent Pitance, Vandana Singh, Francisco Neto, Norman Thie,Ambra Michelotti – Effectiveness of Manual Therapy and Therapeutic Exercise for Temporomandibular Disorders: Systematic Review and Meta-Analysis – Phys Ther. 2016 Jan; 96(1): 9-25.

Site “Terra”: https://goo.gl/x6H8sP

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.