EFEITO NA DISMENORRÉIA PRIMÁRIA ATRAVÉS DA MOBILIZAÇÃO UTERINA E TERAPIA CRÂNIOSSACRAL: UM ESTUDO DE CASO
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INTRODUÇÃO

A Dismenorréia primária é a dor associada ao ciclo menstrual na ausência de lesões nos órgãos pélvicos, um dos principais sintomas é a dor no baixo ventre, porém, pode evoluir com outros sintomas, como, náuseas, vômito, diarréia, cefaléia, dor na região lombossacral, dor irradiada para membros inferiores, gerando fadiga, nervosismo, vertigem e até desmaio (COSTA & BRAZ, 2005; MOTTA, 2000), pode ser classificada a partir da intensidade álgica, como leve, moderada e grave, primária ou secundária, na qual ocorre sem nenhuma causa orgânica ou associada à patologia subjacente respectivamente. (FERREIRA et al.,2010)

A Osteopatia, idealizada pelo médico Dr. Andrew Taylor Still, é baseada no funcionamento das leis naturais e nos princípios vitais da matéria, do movimento e da mente, desenvolvendo, assim, um parecer diagnóstico e terapêutico manual das disfunções de mobilidade e motilidade, esse método de tratamento utiliza técnicas não invasivas usando o movimento do corpo para restabelecer sua hemodinâmica.

Esse recurso manual é utilizado como possível método de tratamento para dismenorréia primária, entre eles a terapia craniossacral (TCS) e a mobilização uterina (FERREIRA et al. 2010).
A Mobilização Uterina é uma técnica da osteopatia visceral, que envolve a mobilização indireta do útero e, portanto, também dos ovários através da terapia manual, com uma pressão pequena aplicada à víscera, com o objetivo de restaurar a mobilidade perdida, diminuir aderências, promover o aumento da circulação, que é diminuída no período menstrual devido ao aumento da liberação de prostaglandinas, causando a dismenorreia e desequilíbrio ao sistema uterino e ovariano (FERREIRA et al. 2010; BARBOSA, 2016).

 

Fig1. Manipulação útero. (HEBGEN, 2005.)

 

A Terapia Craniossacral (TCS), consiste em equilibrar a flutuação do líquido cefalorraquidiano através da aplicação manual, que tornam possível para o organismo liberar as tensões que se acumularam nos tecidos, promovendo um profundo relaxamento e a sensação de bem-estar geral. A TCS se baseia em toques sutis nesse sistema, que se estende desde os ossos do crânio, face e boca até o sacro e cóccix, que estimulam os mecanismos naturais, proporcionando relaxamento profundo e provocando uma melhora global, sendo então responsável pelo alívio da cefaleia e dor lombossacral (SOUZA, 2012; FAVARETO, 2019).

 

             

Fig.2. Terapia Craniossacral e Técnica CV4

 

OBJETIVO

Este estudo tem como objetivo verificar a eficácia do tratamento da dismenorréia primária através da osteopatia especificamente com a terapia crânio sacral e mobilização de útero.

 

MATERIAIS E MÉTODOS

Paciente, S.M.K., 19 anos, solteira, sofrendo com dismenorréia primária há 8 anos.

Foram realizados os seguintes procedimentos:

Anamnese:

  • Questionário Instrumento de Rastreamento de Sintomas Pré Menstruais (PSST)
  • Escala Visual Analógica (EVA)

Avaliação Física:

  • Ausculta local
  • Palpação

Tratamento:

Realizado no mês de agosto de 2021 na fase sintomática da dor através:

  • Mobilização visceral do útero
  • TCS

Aplicado a EVA e parte do questionário PSST relacionado à dismenorreia primária, 5 minutos após tratamento, e 2 dias após.

 

RESULTADOS

Os resultados foram mensurados a partir do questionário PSST e EVA, com resultados significativos descritos pela paciente: inicialmente apresentou enxaqueca, dor lombar, dismenorréia e dores articulares, todos os sintomas apresentaram melhora após a terapia, assim como sintomas relacionados com o estado emocional, como irritabilidade e ansiedade.

 

CONCLUSÃO

Por meio dos resultados obtidos pode-se observar que terapias manuais atuam de forma positiva em pacientes com alterações pélvicas, já que é um centro de distribuição de cargas corporais, sofrendo e causando adaptações ascendentes e descendentes. Em especial na mulher, o útero, órgão de extrema importância para reprodução e que sofre de diversas disfunções faciais e envolvido em muitos casos de sintomas musculoesqueléticos, a TCS e mobilização do útero se mostrou efetiva, porém por ser um estudo de caso é necessário pesquisas com um número mais expressivo.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRAL, J. ; MERCIER, P. Manipulação Visceral 1 – Edição revisada em Português. Ed. Upledger Brasil. 214p
BARBOSA, M. K. G. Manipulação visceral na funcionalidade dos músculos do assoalho pélvico: revisão narrativa [Trabalho de Conclusão de Curso]. Campina Grande (PB): Universidade Estadual da Paraíba; 2016
COSTA, T.; BRAZ, M. M. Crioterapia e termoterapia na dismenorreia primária: relatos de mulheres. Rev. Saúde e Ambiente, Tubarão, v.6, n.2, p. 57 – 63, dez. 2005.
FAVARETO, R.M., Influência da manipulação osteopática craniana, sobre o sistema nervoso autônomo mensurado pela neurometria funcional em pacientes com fibromialgia. Revista Científica de Neurometria, Ano 3- Número 5 – outubro de 2019
FERREIRA, E.J.; AZANKI, N.C.; BATISTA, A.C.; ALBERNAZ, C., Atuação da Fisioterapia na Dismenorreia Primária, Vita et Sanitas, Trindade -Go, n.04, jan -dez./2010
HALBE, H. W. Tratado de Ginecologia. 2 ed. São Paulo: Roca, 2001
HEBGEN, Eric. Osteopatia visceral, fundamentos e técnicas. 2ª Ed. McGRAW- HILL- INTERAMERICANA 2005
HENZ, A., WENDER, M. C. O., Diagnóstico da Síndrome Pré-Menstrual: comparação de dois instrumentos – Registro Diário da Intensidade dos Problemas (DRSP) e Instrumento de Rastreamento de Sintomas Pré-Menstruais (PSST) [Dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2016.
MOTTA, E. V.; SALOMÃO, A. J.; RAMOS, L. O. Dismenorreia. Rev. Brasileira de medicina, São Paulo, v. 57, p. 369-386, maio 2000.
SOUZA, M. Z., Reflexões sobre a Osteopatia Craniana e a Terapia CranioSacral. RevBrasOsteopat Ter Man.;3(2):6-7, 2012.

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