É possível tratar dor de cabeça sem remédio?

Cefaleia é um termo usado na área médica, para diagnosticar alguns tipos de dores de cabeça. Estimasse que a 70% das pessoas têm pelo menos um episódio de dor de cabeça por ano no mundo, além disso em casos mais graves os sintomas são bastante incapacitantes, gerando forte impacto econômico, social e até familiar.

Se é um sintoma tão prevalente e gera tantos transtornos aos pacientes, porque é tão complicado acertar um tratamento preciso para os pacientes?

Sintomas na cabeça são muito mais complexos que uma dor no joelho, por exemplo. Os nervos cranianos desempenham funções muito mais complexas que um nervo espinhal comum, pois além das funções motora e sensitiva, muitas vezes modula informações autonômicas, sensoriais e glandulares.

A vasta rede de conexão destes nervos e os processos conhecidos como facilitação medular podem facilmente fazer com que um sintoma de hipertonia muscular, ou autonômica, tenha como sua origem uma infinidade de caminhos e possibilidades. Uma hipertonia dos músculos mastigatórios pela ação do nervo trigêmeo, ou de músculos da face pelo nervo facial, podem ter origem em um processo de facilitação digestiva, pelo nervo vago, ou por uma alteração em processamentos do sistema sensorial como sensibilidade aumentada à luz, ao cheiro, paladar, etc.

O fato decisivo para estabelecer uma visão terapêutica mais próxima a causa do problema é conhecer profundamente a anatomia, fisiologia e toda a mecânica do sistema craniano, assim propor técnicas manuais e exercícios que possam auxiliar cada sistema a estar mais próximo de seu ponto de equilíbrio.

Estudos científicos classificam a terapia manual e os exercícios, como as forma de tratamento fisioterapêutico para dor de cabeça, com melhor nível de evidência científica, ainda assim isso não gera nenhuma garantia que os pacientes em tratamento fisioterapêutico, médico ou farmacológico poderão se libertar com alguma facilidade dos sintomas decorrentes da cefaleia.

Neste caso, mesmo as evidências mais robustas, com o melhor nível de eficácia para os pacientes, não são capazes de propor a resolução para este problemas, independente do nível de especialidade do profissional de saúde que as aplica.

Uma bela frase, escrita pelo jornalista americano H. L. Mencken nos ensinou que: “Para todo problema complexo existe sempre uma solução simples, elegante e completamente errada.”

Tratar cefaléias, algo tão complexo, com distintas possibilidades, mais de 150 diferentes classificações, exige muito conhecimento, estudo, dedicação, experiência, ou simplesmente contar com a sorte. Se precisar de um tratamento para isso, em que tipo de virtudes você depositaria sua esperança? Geralmente, ninguém tem sorte todos os dias.

 

Ft. MSc. DSc. Prof. Bruno Moreno (D.O.)
bruno@ebrafim.com