A cefaleia é caracterizada como qualquer dor referida na região do crânio, sendo uma manifestação extremamente comum. A prevalência de cefaléia na população em geral é de 90%, sendo uma das queixas mais frequentes nos ambulatórios, sua principal característica é sentir uma pressão na cabeça, com intensidade variada.
Normalmente a cefaléia cervicogênica é confundida com a enxaqueca comum, pois apresentam os mesmos sintomas. Mas ao contrário da enxaqueca, a cefaleia é reconhecida por dor na região da nuca ou lobos frontais, e é caracterizada por episódios de dor em peso, sensação de uma faixa apertando o crânio, queimação que às vezes pode ser latejante, dor em pontada na região occipital que se irradia para a região temporal, frontal ou ocular, que é desencadeada por distúrbio na região posterior do pescoço. Pode ser acompanhada ou não por sintomas neurovegetativos como lacrimejamento, eritema ocular, edema palpebral, corrimento nasal, tontura e enjoos acompanhadas ou não de vômito.
Para o alívio dos sintomas da cefaleia cervicogênica é muito comum a utilização de medicamentos, porém, estudos apontam que na maioria das vezes, tais medicamentos são falhos e apresentam menor eficácia, promovendo, uma auto medicação excessiva. Outros tratamentos invasivos são indicados para essa síndrome como: estimulação transcutânea, aplicação de anestesias locais repetidas vezes, descompressão, secção do nervo grande occipital e do nervo occipital menor, de raízes e gânglios cervicais, estabilização ou fusões vertebrais, radiofrequência de discos intervertebrais e de nervos cervicais e aplicação de toxina botulínica. Os tratamentos invasivos propostos têm como objetivo diminuir os impulsos dolorosos, porém sem muito sucesso.
Com isso, a fisioterapia se torna uma opção não invasiva de tratamento. Ela pode ser indicada para as cefaleias em geral, buscando seletivamente o que está causando a dor, melhorando hábitos posturais e adequando movimentos, evitando, assim, sobrecargas mecânicas geradas pela má postura durante o dia a dia, no trabalho e durante o sono.
A osteopatia é uma filosofia de tratamento que busca trabalhar o corpo como um todo, com objetivo de recuperar movimentos fisiológicos em áreas onde há restrições ou disfunções articulares, oferecendo condições para que o próprio organismo encontre equilíbrio. em busca da causa da dor, sendo uma terapia desenvolvida pelo médico norte americano Andrew Taylor Still, que estudava as estruturas e o funcionamento do corpo humano, observando como os sistemas se inter-relacionam e apresentavam capacidade de se autorregular.
O uso de fármacos e técnicas invasivas ainda é muito comum no tratamento de cefaleias, mas aos poucos a fisioterapia vem conquistando seu espaço. As técnicas manipulativas podem reduzir os sintomas da dor de cabeça cervicogênica, mostraram ser uma opção de tratamento eficaz, sem apresentar riscos ao paciente, trazendo resultados positivos na diminuição da intensidade da dor, na frequência e no uso de medicamentos.
REFERÊNCIAS
- Macedo, C. S. G., Cardoso, J. R., Prado, F. M. L. de O., & Carvalho, P. G. de. (2007). Eficácia da terapia manual craniana em mulheres com cefaléia. Fisioterapia E Pesquisa, 14(2), 14-20. https://doi.org/10.1590/fpusp.v14i2.75781
- Rachid, Renata Megre, and Liane Toscano Martins Pinheiro. “A terapia osteopática manipulativa na cefaléia cervicogênica.” Revista Brasileira em Promoção da Saúde 22.2 (2009): 128-134.