CASO CLÍNICO: OSTEOPATIA NO TRATAMENTO DE ENXAQUECA

O QUE É ENXAQUECA?

Enxaquecas são as cefaleias que mais levam as pessoas a procurar ajuda médica. Este tipo de dor de cabeça é caracterizada por crises recorrentes que podem vir acompanhadas de outros sintomas (náuseas, vômitos, foto e fonofobia), geralmente acomete um dos lados da cabeça e é de intensidade variável.

Esta doença é altamente comum na população e, em sua maioria atinge o publico feminino, pelo desconforto gerado causa impacto negativo sobre a qualidade de vida da população acometida.

Os meios terapêuticos utilizados no tratamento e prevenção da enxaqueca geralmente são medicamentos de uso contínuo ou intermitente de acordo com as crises, porém muitas vezes os mesmos não alcançam o objetivo desejado.

Como se sabe que a patologia é de causa multifatorial, a Osteopatia vem com o intuito de buscar a real causa do sintoma e trata-la, dessa forma melhorando os sintomas e a qualidade de vida dos pacientes.

CASO CLÍNICO:

Mulher, 34 anos, relata enxaqueca crônica (se lembra de algumas crises desde a infância). As crises aparecem em uma frequência de duas vezes por semana, sendo que a cada duas semanas se tornam limitantes para trabalhar, dessa forma necessitando tomar medicamentos tarja preta e ficar em repouso de preferência em local com pouca luminosidade.

Relata ainda muito cansaço e sonolência durante o dia, pois possui insônia acordando geralmente durante a noite às 02:00/03:00.

Nos exames de imagem (Ressonância Magnética, Tomografia Computadorizada) não houve nenhum achado que justifique os sintomas da paciente.

O principal gatilho que desencadeia as crises são momentos de muita ansiedade, para isso a mesma buscou atendimento psicológico que surtiu efeito benéfico.

Durante a avaliação, notou-se hipertonia dos músculos da coluna cervical e presença de cicatriz cesárea.

  • Ausculta global: evidenciou alterações do tubo dural;
  • Ausculta local: hipocôndrio direito do abdome (fígado).

Tratamento:

  • Técnicas para reequilíbrio do tubo dural: Liberação dos diafragmas, tração, balanço;
  • Manipulação visceral para o fígado;
  • Técnicas de relaxamento para musculatura cervical;
  • Orientações a paciente.

No segundo atendimento a paciente relatou grande melhora do quadro geral. Na sequencia do tratamento (2a e 3a semanas) houveram algumas crises esporádicas, porém de menor intensidade e duração. Ao final da quarta sessão (1° mês de tratamento), a paciente relata não ter mais crises.

A conduta foi mantida durante os atendimentos com os passos de terapia craniossacral, manipulação visceral e liberação da musculatura cervical, de acordo com a necessidade apresentada em cada atendimento.

Após os dois meses de tratamento a paciente relata remissão total de seus sintomas e crises, percebendo também melhora em seu comportamento, ansiedade e não faz mais uso de medicamentos.