Caso Clínico: OSTEOPATIA E SINTOMAS CARDÍACOS

Muitos pacientes sofrem com sintomas cardíacos, independentemente da idade que tenham. São muitos os fatores que podem levar uma pessoa a desenvolver um sintoma ou até mesmo uma doença do coração, mas o que sabemos é que é muito comum os indivíduos possuírem doenças que geram riscos à saúde cardiovascular.

Quando uma pessoa é diagnosticada com um “problema no coração”, muitas vezes já inicia o tratamento com medicamentos e é instruída aos cuidados que deverá tomar e, muitas vezes a procurar um profissional para que faça sua reabilitação. Geralmente, também são passados os possíveis sintomas que possa apresentar e, o indivíduo passa a conviver com isso, porém, em alguns casos os sintomas podem ser amenizados, com tratamentos alternativos como a osteopatia, que poucas pessoas sabem que possa ajudar nesse tipo de situação.

Considerando a complexidade do sistema cardiovascular, é difícil considerar que apenas uma das estruturas envolvidas seja responsável por todos os sintomas presentes, já que desde fatores mecânicos à metabólicos influenciam no funcionamento desse órgão. Pensando nisso, podemos considerar a influência de diversos sistemas e fatores para o aparecimento de sintomas cardíacos, sendo assim, se torna deficitário considerar apenas uma das peças em um sistema tão complexo.

Dentre os sistemas envolvidos, podemos citar as fáscias, articulações próximas, gradil costal, inervação autonômica (simpática e parassimpática), além de outras estruturas, portanto, pacientes com tais sintomas devem ser avaliados de modo geral, considerando todos os fatores físico, sociais, emocionais, entre tantos outros fatores.

 

CASO CLÍNICO

Paciente se apresentou para consulta relatando sintomas de palpitações cardíacas e arritmia, portanto foi colhida a seguinte história:

Aos 18 anos o paciente começou a sofrer com sintomas de palpitações fortes no peito, devido a isso procurou ajuda médica onde foi diagnosticado com uma síndrome chamda Lown – Ganong – Levine, que se trata de uma disfunção cardíaca que provoca extra-sístoles (arritmia), que no seu caso ocorriam no ventrículo esquerdo, com sensações de pausa no trabalho cardíaco.

Na época não foi feita nenhuma intervenção cirúrgica e o paciente foi orientado sobre os cuidados com sua condição. Desde então apresentou apenas sintomas esporádicos em situações específicas, como altas cargas de trabalho, estresse intenso e durante a prática intensa de atividade física. Porém, desde dezembro de 2019 o paciente voltou a apresentar crises em repouso e com maior intensidade, em janeiro de 2020 por conta de altas cargas de trabalho o mesmo apresentou uma crise intensa associada a síncope, o que o preocupou e o fez buscar ajuda médica. Após consulta médica o mesmo foi orientado a tomar certa medicação, porém a mesma o fazia ter quedas de pressão e, as crises continuaram esporadicamente até o mês de julho onde aconteceu nova crise intensa e, desde então, o mesmo apresentava sintomas fortes toda semana.

Na avaliação foi encontrado:

  • Ausculta global apresentou uma disfunção na região supradiafragmática central e anterior – profunda;
  • Teste de mobilidade do pericárdio foi percebido que o mesmo se apresentava em disfunção;
  • Teste de mobilidade costal apresentou redução de movimentação da segunda à quarta costelas à esquerda;
  • Teste de mobilidade de coluna apresentou redução de mobilidade da segunda à quarta vértebra torácica;
  • Foi percebido ainda redução de mobilidade nas articulações condrocostais da segunda à quarta costelas;
  • Disfunção da fáscia cervical profunda;
  • Disfunção de OAA;
  • Mobilidade hepática diminuída;
  • Teste pulso subclávia e radial diminuídos a D.

Para o tratamento foram utilizadas:

  • Técnicas para correção de OAA;
  • Técnicas para correção de coluna torácica;
  • Técnicas para costelas e articulações condrocostais;
  • Técnica vascular para o arco da aorta;
  • Técnica para melhora da mobilidade do pericárdio;
  • Manipulação visceral hepática.

Após o atendimento osteopático o paciente relatou que não houve mais nenhuma crise de palpitação considerável, apenas sentiu pequenos sintomas por duas vezes em situações de esforço, tem praticado caminhada sem intercorrências e, notou ainda, durante monitoramento, que sua frequência cardíaca de repouso que tinha uma média de 85 bpm está agora em média de 65 a 70 bpm.