Caso Clínico: OSTEOPATIA E DOR NO OMBRO
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O ombro é um complexo articular da extremidade superior que realiza vários movimentos complexos com o intuito de permitir a boa funcionalidade do membro superior, desta forma permitindo a realização de atividades do dia a dia que são comuns a toda população. Trata-se de um complexo por que é formado por três ossos, mais especificamente o úmero, a escápula e a clavícula, que se articulam e trabalham em conjunto para que não haja sobrecarga em nenhuma destas estruturas.

A dor no ombro afeta aproximadamente 20% da população, independente de gênero e, principalmente indivíduos acima de 50 anos. Em indivíduos que praticam esporte a dor no ombro também está presente, pois se trata de uma articulação instável do ponto de vista anatômico e, nesses indivíduos ela é muito solicitada com movimentos bruscos de força e frenagem, sobrecarregando os tendões inseridos na região e favorecendo uma maior instabilidade articular. Porém, não se pode considerar que o esporte é o único causador dessa algia, pois nem todos os atletas se queixam de dores mesmo em tempos prolongados de treino e carreira.

Com o conhecimento anatômico e biomecânico sabemos que essa região sofre influencia direta de outras regiões, como coluna cervical, coluna torácica, articulações escapulotorácica, acrômioclavicular e esternoclavicular, ou seja, são regiões que devem ser levadas em consideração no momento da avaliação. Porém, pensando no corpo como uma unidade, ou seja, com o pensamento osteopático podemos ir mais além, considerando qualquer disfunção a distancia como possível causadora de uma dor na região glenoumeral, como exemplo podemos citar a relação anatômica importante da região de ilíaco com o osso úmero, por conta das inserções do músculo grande dorsal.

Dessa forma alterações ou tensões fasciais em qualquer região do corpo, inclusive em vísceras torácicas e abdominais, podem resultar em dor e lesões no ombro, portanto a avaliação e intervenção osteopática são de grande importância para esse tipo de paciente.

CASO CLÍNICO:

Paciente, 9 anos, sexo masculino, praticante de Tênis. Possui diagnóstico de Síndrome do Impacto do Ombro, apresentou-se para avaliação e conduta com queixa de dores na face lateral do ombro direito, principalmente na região de dermátomo correspondente a C5.

Em sua avaliação biomecânica foi notado uma discinese escapular importante e grande bloqueio da região torácica.

Em exame de imagem do tipo Ressonância Magnética (RM) em T1 e T2 apresentada foi descrito os seguintes achados:

  • Pequena bursite subacromial e subteltoidea;
  • Tendinopatia em discreto grau do supra e infraespinhal, sem rupturas;
  • Discreta tenossinovite da porção intertuberositária proximal do cabo longo do bíceps.

A ausculta global evidenciou:

  • Disfunção de pulmão à direita;
  • Disfunção de fissura horizontal à direita;
  • Teste para fáscia cervical média positivo.

A ausculta justifica a restrição de mobilidade torácica rotacional e redução de mobilidade dos arcos costais mais superiores apresentados pelo paciente. O mesmo faz uso de aparelho ortodôntico, devido a isso foi realizado uma avaliação da região orofacial.

Foi realizada uma avalição térmica da região sintomática no período pré e pós intervenção.

Tratamento:

  • Liberação da fáscia cervical média;
  • Liberação de artéria subclávia;
  • Liberação do músculo deltoide;
  • Técnica para fissura horizontal pulmonar direita;
  • Liberação orofacial (osso temporal e esfenoide);
  • Exercícios de estabilização da cintura escapular.

 

Após os atendimentos o paciente relatou grande melhora da dor, retornando às suas atividades sem restrição e sintomas no movimento esportivo.

As análises térmicas no período pré e pós intervenção na região de maior sintoma do paciente evidenciaram uma diferença de temperatura local de 1,0°C, sendo que no momento da avaliação a região se apresentava com uma temperatura média analisada de 33,3°C e após a intervenção apresentou 34,3°C. Consideramos a alteração de temperatura somada ao relato de melhora do paciente por melhor irrigação vascular local, ou seja, cumpriu-se a lei da artéria.

As imagens foram vistas também por um padrão 3D, mostrando em forma de profundidade os locais com maior hiper radiação.

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