Caso Clínico: CAPSULITE ADESIVA
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O que é Capsulite Adesiva?

Capsulite adesiva ou ombro congelado consiste em uma condição de dor e alto grau de rigidez da articulação do ombro, muitas vezes de longa duração. Sua causa ainda é desconhecida, porém várias teorias são propostas quanto a seu acontecimento e métodos de tratamento.

Pacientes com tal patologia apresentam alterações na cápsula articular que são consideradas possíveis causas da doença. Essas alterações são espessamento e retração da cápsula articular, associado a processo inflamatório local.

Geralmente o primeiro sintoma da CA é dor, que evolui rapidamente. A dor se acentua com a realização de movimentos do ombro, a amplitude de movimento desta articulação diminui progressivamente, movimentos como abdução e rotações interna e externa são de difícil realização.

O tratamento de CA geralmente é realizado com medicamentos anti-inflamatórios não esteroides e analgésicos, associado a trabalho fisioterapêutico de mobilização articular, alongamentos e exercícios específicos para essa condição.

Como se trata de uma doença considerada idiopática é difícil a resolução rápida do problema. Com o princípio da globalidade podemos argumentar que, como se trata de uma zona sintomática, o ombro acometido é resultado de uma disfunção primária, desse modo, a osteopatia busca nesses pacientes uma possível restrição a distancia que esteja sobrecarregando esse segmento. Assim, o trabalho osteopático associado a exercícios específicos para pacientes nessa condição torna o processo de recuperação mais rápido e eficiente, proporcionando maior funcionalidade ao indivíduo.

CASO CLÍNICO

Paciente, sexo feminino, 55 anos, apresentou-se para atendimento com diagnóstico médico de capsulite adesiva do ombro direito. Queixa principal de dor no ombro principalmente no movimento de abdução e rotação interna e, limitação de amplitude de movimento em todos os planos.

Relatou que há seis meses apresentou pequena dor na mesma região, sendo diagnosticada em atendimento médico com tendinite, realizou tratamento medicamentoso e 20 sessões de fisioterapia convencional, porém não obtendo sucesso. Há dois meses voltou a sentir fortes dores na região do ombro e grande redução de amplitude de movimento do mesmo, sendo diagnosticada a capsulite adesiva em consulta médica.

Avaliação:

  • Grande redução de ADM em todos os planos de movimento do ombro
  • Ausculta geral evidenciou bexiga – confirmação por ausculta local
  • Análise térmica de ombro direito e de região abdominal

Intervenção:

  • Técnica visceral específica para bexiga;
  • Técnicas específicas para liberação metamérica da região cervical (Gânglio cervical superior e inferior);
  • Mobilização articular do complexo articular do ombro (Articulações: glenoumeral, acromioclavicular, esternoclavicular e escapulotorácica/ Alongamento da cápsula articular da articulação glenoumeral);
  • A paciente foi orientada a fazer exercícios de mobilidade em domicílio para potencializar o alongamento da cápsula articular e ganho de amplitude de movimento.

Após oito atendimentos com técnicas osteopáticas e exercícios específicos a paciente relatou melhora de 70% do quadro álgico e, grande ganho de amplitude de movimento em todos os planos, com pequena limitação ainda em rotação interna e extensão do mesmo. Relata conseguir realizar suas atividades de vida diárias com facilidade e o mínimo de dor.

Repercussões Térmicas:

Foram realizados registros termográficos pré e pós-tratamento das regiões de ombro e bexiga da paciente e evidenciado alterações térmicas significativas em ambos os locais.

Em ambas as regiões a variação de temperatura foi de 0,6°C, sendo que ocorreu um aumento térmico no local. Isso pode ser considerado uma melhora da vascularização local provocada pelas técnicas manuais e exercícios, irrigando os tecidos e promovendo seu relaxamento e melhor funcionamento.

Região de Bexiga:

PRÉ-TRATAMENTO                              PÓS-TRATAMENTO

Média de Temperatura: 31,2°C            Média de Temperatura: 31,8°C

Região de Ombro:

PRÉ-TRATAMENTO                              PÓS-TRATAMENTO

Média de Temperatura: 31,5°C         Média de Temperatura: 32,1°C

 

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