O joelho é uma zona de transição de forças e, por isso geralmente apresenta disfunções e dor local, porém, a dor do joelho é culpa dele?
A resposta na maioria das vezes é não! O joelho sofre influencias ascendentes (tornozelo) e descendentes (cintura pélvica), pensando em desarranjo biomecânico muscular e articular. Considerando a globalidade, qualquer alteração que leve a disfunções da região lombar ou lombossacra podem repercutir diretamente no joelho, devido à inervação do membro inferior ser proveniente desta região.
Então o que avaliar em um paciente com dor no joelho? Normalmente tudo que for importante! Não podemos destacar nenhuma hipótese. Pensando em globalidade, ainda mais se tratando de uma região que sofre muita descarga de peso e por ser uma articulação muito solicitada, contando ainda com um osso sesamoide (patela) presenta na sua articulação e que depende de vetores de força para trabalhar de forma correta e, ainda, esses vetores de força sofrem influencia com o posicionamento do ilíaco e dependem de um bom comando da região lombar.
CASO CLÍNICO
Paciente homem de 53 anos, trabalha como pedreiro a 34 anos. Apresenta fortes dores na região de joelho direito. Nos exames complementares (radiografia), foi notada uma artrose no mesmo, grau 3, sendo indicado pelo médico o tratamento cirúrgico com substituição articular por prótese metálica. Relata ainda que possui formigamento/parestesia na região anterior da perna esquerda a cerca de cinco meses com intensidade 9 quando questionado, relata que não consegue permanecer em pé por muito tempo. Os sintomas são mais frequentes final do dia e durante os movimentos de flexão lombar ou quando carrega carga acima de 5kg. Há cerca de um mês começou a apresentar sintomas na região cervical. Os exames complementares, de ressonância magnética, descartam hipótese de hérnias discais lombares. Paciente relatou ainda dificuldade para dormir.
Na avaliação foram evidenciados os seguintes achados:
Após a avaliação, no primeiro atendimento foram utilizadas as seguintes técnicas:
N segundo contato após sete dias, paciente relatou melhora dos sintomas (EVA – 7), relatou sobre um problema de constipação intestinal que não havia relatado no primeiro atendimento, não conseguiu realizar algumas funções no trabalho devido uma dor lombar leve. Em nova avaliação a ausculta evidenciou disfunção na região entre estomago e fígado (omento menor) e também disfunção em temporal direito.
Com base na nova avaliação a seguinte conduta foi realizada:
Na terceira sessão paciente retornou com melhora da parestesia/formigamento em região anterior de perna. Porém, relata que a dor lombar houve piora como também seu sono, relatou então sobre problemas familiares.
Foi realizado então, avaliação do sistema craniossacral, onde:
Com isso foi realizado os dez passos da terapia craniossacral e posteriormente o paciente foi reavaliado.
No quarto atendimento paciente relatou sobre melhora significativa da dor com EVA 1 em lombar e EVA 0 joelho.
Foi realizada então nova avaliação do sistema craniossacral e visto que os padrões de flexão continuam com intensidade menor.
Então a conduta foi realizar novamente os dez passos da terapia craniossacral.
Após o termino do tratamento paciente apresentou remissão total dos sintomas.