Intestino preso, intestino lento, constipação intestinal, intestino ressecado, são inúmeras as denominações para definir o ritmo intestinal lento ou quase que parado!
Constipação intestinal é definida como uma alteração do funcionamento normal do intestino com duração mínima de três meses, onde o paciente geralmente tem uma frequência evacuatória menor que três vezes semanais.
Ocorre geralmente em idosos acamados e mulheres, porém qualquer pessoa, inclusive crianças e bebes podem sofrer desse mal.
Dentre suas causas comumente citadas, a alimentação é a mais visada, sempre considerando a causa principal a falta de fibras na alimentação, dessa forma causando a desidratação das fezes e dificultando o ato de evacuar. Alguns medicamentos também podem causar constipação, por causarem a diminuição da motilidade intestinal, no caso, reduzindo os movimentos peristálticos do intestino, os quais são responsáveis pelo processo natural de excreção.
Algumas causas anatômicas também são avaliadas quando o indivíduo busca ajuda médica, alguns exames podem ser solicitados além da anamnese, porém, comumente encontramos pacientes constipados que, se alimentam bem, não usam medicamentos e, já fizeram todos os exames possíveis e todos deram negativo, e agora?
Muitos desses pacientes podem ter disfunções no sistema corporal que favorecem essa condição! E por que isso não aparece em exames? Simplesmente por que não se trata de doença, mas não quer dizer que não precise de tratamento!
Para entender melhor, devemos levar em consideração no momento de avaliar um paciente com tal problema inúmeras coisas, como por exemplo, cirurgias prévias que podem repercutir diretamente na mecânica intestinal, disfunções de órgãos vizinhos, disfunções a nível vertebral pensando em inervação simpática a nível lombar e até mesmo disfunções cranianas e sacras pensando na inervação parassimpática do intestino grosso, além de não descartar questões emocionais. Dessa forma, se trata muito mais complexo tratar um paciente constipado!
Além disso, devemos lembrar que muitas vezes, esse tipo de paciente chega à clínica com queixas de sintomas musculoesquléticos e, quando buscamos informações através da anamnese e avaliação acabamos encontrado associado a constipação que, muitas vezes tem relação com o sintoma do paciente, sendo assim é sempre válido perguntar sobre horários de pico de sintoma (ciclo circadiano), funcionamento visceral e qualidade de sono, para avaliar a função do sistema nervoso autônomo.
CASO CLÍNICO
Paciente, 89 anos, sexo masculino, chegou para atendimento osteopático com queixas de tontura e constipação intestinal.
O paciente foi avaliado quanto a função vestibular, tendo como diagnóstico uma hipofunção vestbibular bilateral e, foi orientado quanto aos exercícios a serem realizados.
Em relação à constipação intestinal, paciente relatou ir ao banheiro apenas com uso de medicamentos após longos períodos, chegando a ficar 10 dias sem ir ao banheiro e já necessitou de um procedimento de lavagem intestinal.
A ausculta global foi de característica média, infradiafragmática à D, na ausculta local foi evidenciado disfunção de flexura hepática.
Foi avaliado ainda uma grande restrição de mobilidade a nível torácico e lombar baixo.
Tratamento:
- Técnicas para flexura hepática;
- Técnicas para cólon ascendente, transverso e descendente;
- Técnicas para ceco, sigmoide e reto;
- Técnicas para forame jugular e nervo vago;
- Técnicas para sacro;
- Técnicas de mobilização para coluna e caixa torácica;
- Impulsos com TIQ na região da coluna lombar e torácica.
Foram realizados dois atendimentos onde a conduta foi mantida. Após os atendimentos o paciente relatou que está evacuando todos os dias, em pequena quantidade, porém de forma contínua e sem o uso de nenhum tipo de medicamento!