A Constipação Intestinal, é caracterizada como a dificuldade na evacuação, é uma das alterações de saúde mais frequentes na população mundial, os sintomas mais comuns são a diminuição da frequência das evacuações e/ou muito esforço para evacuar.

Para a paciente ser considerada constipada, deve apresentar dois ou mais dos seguintes critérios: fazer força para evacuar, fezes endurecidas e pequenas, sensação de evacuação incompleta, sensação de obstrução ou bloqueio, manobras manuais para facilitar a evacuação como com os dedos e apresentar menos de três evacuações por semana.

A origem da Constipação Intestinal pode ser secundária a outra doença, ou de origem funcional, quando a doença está relacionada a hábitos alimentares, baixa ingestão de água, sedentarismo e outros fatores. Por isso, como forma de tratamento são comumente indicadas mudanças da dieta, aumento da ingestão hídrica, prática de atividade física regular e acesso a terapias alternativas.

O que não podemos deixar de destacar é uma interessante comunicação que se estabelece entre o cérebro e o intestino EIXO BIDIRECIONAL – CÉREBRO INTESTINO. E a ideia é que o diálogo entre eles seja descomplicado e funcione da melhor forma possível.

Uma vez que um deles esteja com algum problema ou haja falha nessa comunicação, isso pode se manifestar tanto com sintomas gastrointestinais – como constipação, diarréia, flatulência (gases), náuseas e dor abdominal, quanto com sintomas psíquicos, como dor de cabeça, irritabilidade, alterações no humor e, inclusive, doenças psiquiátricas. A saúde intestinal está intimamente ligada à saúde mental.

Importante entender que o Intestino tem uma inervação autonômica importante, simpática- T10-L2 e parassimpática – Vagal (X) e Sacral (S2-S4). Além destas inervações, também temos um outro tipo de inervação, agora de forma intrínseca, que é o Sistema Nervoso Entérico- SNE. A abordagem desses sistemas será fundamental para uma boa homeostasia.

O SNE possui algumas características :

• Muito extenso-10-12 metrosI;
• Há milhões de neurônios, neurotransmissores, vírus e bactérias;
• Neurônios eferentes, neurônios aferentes e interneurônios;
• Neurotransmissores- regulam : acetilcolina, noradrenalina e adrenalina;
• Também sintetiza a serotonina, a dopamina, os opióides para a dor;
• Enzimas digestivas são as melhores para cada alimento;
• Capaz de detectar se há alguma bactéria no alimento ingerido. Se assim for, provocará processos como vômitos ou diarreia.

A Osteopatia como forma de tratamento para constipação intestinal vem sendo cada vez mais indicada como forma de agregar qualidade de vida e bem estar às pessoas. Na avaliação os pacientes são questionados em relação a ingestão de água, nível de stress, qualidade do sono, vezes de evacuações na semana e tipo das fezes.

Utilizamos como abordagem terapêutica:

• Educação em Dor
• Manipulações Vertebrais
• Manipulações Viscerais
• Manipulações Vasculares
• Manipulação do Nervo Vago
• Técnicas para o Sistema Nervoso Autônomo
• Técnicas Linfáticas
• Técnicas para o Sistema Craniossacral

RESUMINDO:

Em indivíduos que sofrem com estes sintomas a osteopatia é muito indicada, pois proporciona para o paciente alívio em restrições nessas estruturas e restabelece a função do órgão. Também atuamos na inervação dessas estruturas, intervindo no Sistema Nervoso Autônomo do indivíduo, proporcionando ao paciente, uma melhora da sintomatologia e consequentemente uma melhora na sua qualidade de vida

A osteopatia é um tratamento indicado para a constipação intestinal, melhorando os sintomas, reduzindo a gravidade do quadro, aumentando a motilidade intestinal e a qualidade de vida dos pacientes.

REFERÊNCIAS

1. Vale, Janimara Rocha do, Hanna Flávia Borges de Carvalho, Laís Cristina Almeida. “A efetividade do tratamento osteopático na constipação intestinal: uma revisão sistemática.” GED gastroenterol. endosc. dig (2017): 68-74.
2. Martins, Letícia Costa. “Análise dos efeitos da terapia manipulativa osteopática como tratamento em pacientes com síndrome do intestino irritável: uma revisão sistemática.” (2018).
3. VAGACZ, Kauane. “Efeito da manipulação visceral na mobilidade da coluna lombar em indivíduos com constipação intestinal: estudo clínico controlado e randomizado.” (2019).